Nos últimos meses, o Porto do Itaqui tem vivenciado um notável crescimento em diversas esferas, sobretudo marcado pela quebra contínua de recordes de movimentação. Esses resultados impressionantes foram discutidos em uma entrevista concedida pelo presidente do Porto, Gilberto Lins, ao jornalista Jorge Aragão no programa ‘Ponto Final’, transmitido pela Rádio Mirante AM na última sexta-feira (25). Durante a entrevista, Lins também abordou os diversos investimentos que estão em andamento.

Uma das realizações notáveis foi atingida em junho, quando o Porto do Itaqui registrou um recorde histórico de movimentação de cargas, com destaque para soja e granéis sólidos. Pela primeira vez, o porto manipulou 2 milhões de toneladas de soja em um único mês. Além disso, o balanço acumulado do primeiro semestre de 2023 também apresentou resultados positivos, com um crescimento de 7% na movimentação de cargas em comparação com o mesmo período de 2022.

O mês de julho também registrou a maior movimentação de cargas para um mês de julho na história do porto. Lins ressaltou ainda que o crescimento durante o primeiro semestre superou as expectativas iniciais de 5%, aproximando-se agora de 9%.

Durante a entrevista, o presidente destacou o reconhecimento nacional conquistado pelo Porto do Itaqui ao ser classificado em segundo lugar na gestão portuária, no prêmio Portos +Brasil, concedido pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR). Esse prêmio avalia e reconhece o desempenho dos principais portos do Brasil.

Na edição deste ano, realizada em Brasília, o Porto do Itaqui conquistou a 2ª colocação entre os portos brasileiros no Ranking do Índice da Gestão das Autoridades Portuárias – IGAP, categoria principal da premiação, com a mesma nota 10 alcançada pelo primeiro colocado. A decisão se deu por critério de desempate, com a Portos Paraná levando a melhor por ter executado mais investimentos em suas unidades.

Investimentos Estratégicos

No que diz respeito aos investimentos em curso, o Porto do Itaqui está se preparando para iniciar uma operação de grande envergadura conhecida como ‘Ship To Ship’ (STS), que envolve o transbordo de combustíveis. “O teste da operação foi concluído com sucesso, aguardando agora a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O prazo estimado é para a segunda quinzena de setembro”, confirmou o presidente.

Uma das vantagens notáveis desse tipo de operação é a liberação de berços adicionais no Porto. A STS possibilita o atendimento duplicado, o que significa uma maior quantidade de embarcações atendidas utilizando o mesmo espaço físico, resultando também em uma diminuição no tempo de espera para a atracação de navios.

É importante destacar que as operações STS demandam planejamento meticuloso, coordenação precisa, equipamentos especializados e treinamento rigoroso da equipe para garantir a segurança dos envolvidos e prevenir impactos ambientais. As regulamentações marítimas e os padrões de segurança são estritamente seguidos para minimizar os riscos associados a esse tipo de operação.

Além disso, o presidente revelou que, recentemente, a Emap (Empresa Maranhense de Administração Portuária) firmou um contrato para o aluguel de um helicóptero, visando fornecer suporte em operações de grande porte em todo o complexo portuário, incluindo os terminais da Ponta da Espera e Cujupe.

O helicóptero desempenhará um papel crucial no fornecimento de apoio operacional e administrativo para todo o Complexo Portuário, com foco especial em operações offshore, como a fiscalização do canal, apoio às operações STS e aos navios na baía. O presidente também destacou que, no Maranhão, não existe uma única aeronave habilitada para operações offshore (em alto mar), o que torna o contrato com o helicóptero uma necessidade.

Orgulho e Contribuição para o Maranhão

Por fim, Lins enfatizou que o Porto do Itaqui é um motivo de orgulho para os maranhenses, devido à sua grandiosidade e, principalmente, à sua importância para o desenvolvimento do estado, da região e do país como um todo.

O Porto do Itaqui é conhecido por suas águas profundas, conexões ferroviárias e, acima de tudo, pelos terminais estruturais que proporcionam competitividade logística aos clientes, tanto na recepção, armazenamento e expedição de grãos (exportação de soja e milho), quanto na importação e internalização de insumos produtivos, como fertilizantes e combustíveis (diesel e gasolina).

Durante a entrevista, Gilberto Lins também esclareceu que o porto é classificado como um bem da União de acordo com a legislação brasileira, que designa os portos situados em águas públicas como bens federais, portanto, de propriedade da União. No entanto, a administração do porto é de responsabilidade da Emap e está sujeita à fiscalização contínua dos órgãos federais de controle, incluindo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Atualmente, o Porto do Itaqui abrange uma área significativa, definida por sua poligonal de 5,1 milhões de metros quadrados, incluindo acessos terrestres e aquáticos, instalações portuárias e toda a infraestrutura de proteção. Isso equivale a uma extensão equivalente a 700 campos de futebol, nas proporções do Estádio Castelão.

“Essa abrangência territorial torna o equipamento indispensável para uma variedade de setores, incluindo segurança, meio ambiente, operações multimissão e atividades de fiscalização”, concluiu Gilberto Lins.

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