Nefasto 31 de março de 1964 – dia para o Brasil não esquecer os horrores da ditadura militar – (Foto: reprodução)

Neste domingo (9), meu primeiro contato daquele dia foi com um fanático bolsonarista – aqui em Araioses tem poucos, mas os tem – e mostrando ter a mesma educação que tem seu ídolo, sem sequer me dar um bom dia foi logo dizendo que o Exército tinha dado uma chamada no Xandão, que de cara entendi que ele se referia ao Ministro Alexandre Moraes – presidente do TSE.

Perguntou-me se eu tinha ouvido uma fala do ministro, que segundo ele tinha sido num tom muito moderado e com baixa voz.

Disse-lhe que não tinha visto nem ouvido nada a respeito do que ele falava e que se isso tivesse ocorrido o feito não era da conta do Exército, pois essa instituição tinha que cuidar era da Segurança Nacional e não em se meter em disputas políticas.

Mas o episódio serviu para mostrar o quanto é perigoso o momento que se vive no Brasil. Jair Bolsonaro vem se, portanto como o pior, o mais medíocre presidente da História desse País, porém nenhum outro conseguiu ter juntado de si tanta gente cega e apaixonada.

Esse cidadão a me incomodar com suas palavras segue sem questionar Bolsonaro – um cidadão que desonra o Exército porque foi expulso dele por má conduta e indisciplina – e todas as instituições democráticas, pois o que ele quer implantar no País é uma ditadura para continuar no poder sem dar satisfação a quem defende o respeito às leis constitucionais.

Esses que o seguem aqui em Araioses são rabujo de ditadura e acham que são ricos e detestam Lula porque nos governos do ex-presidente pobre teve vez e isso é insuportável para eles.

Sei o que é se viver em uma ditadura. No golpe militar de 1964 que derrubou João Goulart – um presidente democrata e eleito pelo povo – para implantar um dos regimes mais cruel já visto na América Latina, eu tinha apenas 13 anos de idade, mas já acompanhava o que se passava no País.

Até ser implantada a Nova República em 1985, milhares de brasileiros foram presos sem julgamento, torturados sendo muitos até a morte, sob acobertamento dos veículos de comunicação que se assim não fizessem seriam fechados e seus donos presos.

O cidadão que me abordou nas primeiras horas da manhã desse domingo não aceita o resultado que o povo brasileiro vai sacramentar nas urnas dia 30 de outubro, pois ele sente, ele percebe que será a vitória de Lula e do povo brasileiro, o que significa o fim do que deseja Bolsonaro e os que estão dentro de sua bolha.

Todas as medidas que Bolsonaro vem tomando e pretende tomar como, por exemplo, aumentar o número de vagas de ministros no STF – e indicar para essas gente sua – como insinua, são ações de quem pretende se perpetuar no poder, como fez Hugo Chaves na Venezuela e Viktor Mihály Orbán faz na Hungria.

Guardam como última esperança – em caso de eminente derrota – que o Exército feche o Congresso Nacional, os Tribunais Federais e fuzile quem se aventurar contra.

Só que isso não ocorrerá porque o exército de Bolsonaro não é o brasileiro, não é aquela instituição que eu servi com muita honra.

Ditadura nunca mais!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *