Dados constam em levantamento elaborado por grupo técnico do MPF

Golpistas invadiram e depredaram as sedes dos três poderes em Brasília no dia 8 de janeiro – Foto:Sergio Lima / AFP

Estadão Conteúdo

Por  Pepita Ortega/GZH

Metade dos cerca de 1 mil detidos por envolvimento nos atos golpistas do dia 8 de janeiro recebeu auxílio emergencial, indica a Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com o órgão, 60% dos fichados pelos ataques em Brasília são homens, e a maioria tem entre 36 e 55 anos.

Informações colhidas pelo Ministério Público Federal (MPF) apontam que alguns dos golpistas se candidataram em eleições passadas ou prestaram serviços para campanhas políticas. De acordo com a PGR, menos de um quinto dos presos tem filiação partidária.

Os dados constam em levantamento elaborado por um grupo técnico do MPF que auxilia as investigações sobre a invasão e depredação das sedes dos três poderes em janeiro. A equipe foi montada em 16 do mês passado, e é composta por 15 servidores, peritos e especialistas em tecnologia da informação.

Acessando diversos bancos de dados, o grupo técnico levanta informações sobre os investigados pelos atos golpistas, subsidiando as apurações e eventuais denúncias. Ao todo, a PGR já denunciou 645 pessoas por incitação aos protestos golpistas e 189 por participação direta nos atos de vandalismo.

A equipe de servidores também puxa informações sobre o endereço dos suspeitos, os bens a eles ligados e suas fichas criminais. Além disso, consulta placas de automóveis dos investigados, com o objetivo de identificar responsáveis por veículos utilizados na ofensiva antidemocrática.

O grupo ainda auxilia a Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise do Ministério Público Federal — a qual é vinculada — na perícia de equipamentos eletrônicos apreendidos com os presos nos atos golpistas.

A Procuradoria-Geral da República investiga os atos golpistas do dia 8 em quatro frentes de apuração: sobre os responsáveis pela depredação das dependências do Planalto, Congresso e Supremo, “autores intelectuais e partícipes por instigação” dos atos antidemocráticos, financiadores da ofensiva e “agentes públicos responsáveis por omissão imprópria”.

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